A Festa Swing




                Como já era meio-dia, os nossos anfitriões tinham preparado um pequeno-almoço reforçado no terraço que dava para a sala do primeiro andar. Encontrámos a Sol no corredor que nos encaminhou para lá.
            - Vão ao terraço comer alguma coisa. O Rogério está lá à vossa espera. Eu vou lá a baixo dar umas indicações aos empregados que contratei para a festa.
            Tal como na noite anterior, ele vestia apenas um roupão sobre a pele. Mas naquele momento mantinha-o fechado. O terraço era pequeno, virado para as traseiras da casa. O que lhe dava um certo ar de lugar intimo. Adivinhavam-se os intensos momentos de prazer que ali, já teriam sido vividos.
            Sentamo-nos à mesa repleta de iguarias e servimo-nos de uma salada fresca, enquanto Rogério encetava uma conversa descontraída. Nem demos pelo tempo passar. Quando reparei que já tinha passado mais de uma hora, fui ao encontro da Sol, deixando os dois homens numa harmoniosa troca de opiniões sobre um qualquer assunto que não me despertava interesse.
            O Salão de festas, ao lado da piscina, estava quase pronto. Decorado em vermelho e preto, sentia-se luxúria no ar. Mas sem vulgaridade.
            - Uauuu! Parabéns, minha querida. Está fascinante. – Ela estava tão embrenhada no comando das operações que só deu pela minha chegada quando pronunciei estas palavras.
            - Obrigada, querida. Que bom que gostas.
            - Adoro. Vinha oferecer-te os meus humildes préstimos, mas perante o que vejo…
            - Contrato sempre esta equipa. São competentes e discretos, como convém.
            Um grupo de garçons e garçonetes cirandava pelo espaço a ultimar os pormenores, demonstrando eficiência e conhecimento. E a Sol começou a falar-me dos convidados. Queria que nos sentíssemos à vontade e pensou que sabendo nós um pouco de quem iríamos encontrar, facilitasse. Um casal com quem ela e Rogério tinham maior proximidade viria para jantar, os outros viriam mais tarde. Pela minha cabeça passava um turbilhão de emoções e, por algum motivo inexplicável, aquela informação tornou-o ainda mais denso. Talvez por ficarmos sem a companhia exclusiva dos nossos amigos mais cedo do que estávamos a contar. Com eles sentíamo-nos protegidos, sei lá...
            Mil e uma perguntas cresciam na minha mente. Queria coloca-las à Sol, mas o meu pensamento contradizia-se. As minhas dúvidas silenciavam-se a cada arrojo de coragem que fazia emergir do fundo de mim e a Sol continuava a conversa sem dar por nada. Até que a equipa de empregados terminou o trabalho e informou que ia jantar para voltar a tempo de servir a festa.
            José e Rogério dobravam a esquina do corredor quando nos preparávamos para deixar o cenário da festa e então ficamos à espera deles. Eles também elogiaram o trabalho e bom gosto da Sol. De seguida, sentamo-nos à beira da piscina com um dos cocktails do Rogério e uma conversa trivial. Todos pareciam absolutamente relaxados, menos eu. Eu continuava naquele rodopio de emoções. Olhei para o José e ele entendeu-me.
            - Talvez fosse boa ideia ir trocar de roupa para recebermos os amigos que veem para jantar… - disse, arranjando assim maneira de ficarmos a sós.
            De facto, o tempo passara rápido e todos concordaram que estava na hora de nos prepararmos para a recepção. Subimos então para o quarto.
- Que foi, querida? Algum problema? – Perguntou assim que entrámos.
- Nada de especial. Sinto-me ansiosa é só isso.
Ele veio até mim e sem dizer nada, abraçou-me. Levantou-me o queixo com a ponta dos dedos e iniciou um beijo demorado, com a sua língua a inundar-me de sensações alienantes. Milímetro por milímetro, ia fazendo com que a ansiedade desaparecesse. Num silêncio total, eramos só nós, envoltos por um sentimento inexplicável. As palavras eram desnecessárias e por isso não proferimos nenhuma.
Desceu a língua pelo meu pescoço, até aos seios. Lambeu-os, mordicou os mamilos e eu soltei gritinhos de prazer. Já estava relaxada. Mas agora sentia outro tipo de tensão. Estava excitada e ele também. Sentia o seu pénis duro no meu ventre. Agarrei-o e olhei no fundo dos olhos do José. Foi a concordância das almas. Ele pegou em mim e deitou-me de costas na cama. De seguida, posicionou o seu corpo sobre o meu. Começou a penetrar-me… devagar, bem devagar. Senti aquele pau duro abrir caminho pela minha vagina ainda apertada, enquanto nos beijava-mos apaixonadamente. Depois senti-o bater no fundo e os dois soltamos gemidos fortes.
Iniciámos uma dança de almas com os corpos em sincronia. Entendimento das ancas que explorava os movimentos de maior prazer. Puxei uma almofada para debaixo do meu rabo e o José acelerou. Quase que me entrava no útero, a cada estocada mais vigorosa. Entrámos em total êxtase e os orgasmos saíram das nossas profundezas, sintonizados e cúmplices.
Parámos desfalecidos e por algum tempo ficámos assim: fundidos um no outro, completamente inertes. Ainda rebolamos na cama, ficando de costas a normalizar a respiração e só depois fomos para o duche.
Lavamo-nos mutuamente com a certeza de que nos pertencíamos. O que íamos fazer era um jogo de prazer mútuo. E seria muito bom para os dois.
O casal amigo da Sol e do Rogério vinha a chegar quando nós descíamos as escadas e, feitas as apresentações, fomos logo para a mesa. Ela era uma loira de medidas bem proporcionadas e ele não lhe ficava atrás. Estavam elegantemente vestidos e isso fez-me sentir satisfeita com a minha escolha, não destoava do que me rodeava. O José também estava esplendido. Não resisti a deitar-lhe um olhar de posse quando vi a Laura – assim se chamava a nossa nova companheira – observa-lo com cobiça, mas não me senti insegura.
Durante todo o jantar, a conversa foi trivial, solta e muito agradável. Não se falou de sexo nem de qualquer tema relacionado. Eramos todos cultos e com múltiplos interesses em comum. Constatei com agrado, mas também sendo eles amigos da Sol e do Rogério outra coisa não seria de esperar. Assim que terminámos fomos então para o salão de festas.
Não tardou, começaram a chegar os restantes convidados. Na sua maioria casais, mas também alguns singles. Os garçons começaram a servir bebidas e um tema de jazz pairou no ar, dando descontração ao ambiente. A Sol e o Rogério iam-nos apresentado a toda a gente, ao que parecia já todos se conheciam, e nós íamos assim sendo entrosados no grupo. Ao fim de pouco tempo já fazíamos parte daquele círculo restrito.
À nossa volta, respirava-se luxúria e sedução. Agradava-nos. Juntos apreciávamos e procurávamos entender aquele mundo deslumbrante. Excitava-nos, mas ainda não tínhamos a confiança para interagir. Embora, cenas de sexo sem pudor já acontecessem à nossa frente. No varão colocado no meio da sala, uma morena exibia o seu corpo escultural, integralmente desnudo. E reparou em nós. Parou, de repente. Num segundo, estava ao nosso lado. Pensei que ia seduzir o José. Mas não. Não foi o José que ela começou a tocar com movimentos teatrais, foi a mim. Envolvendo-me numa performance encenada, despiu-me o colete e depois a saia, deixando-me em lingerie e meias de ligas no alto dos meus saltos altos. Passou a língua nos meus seios por cima do soutien e olhou o José, provocando-o. Meteu a mão entre as minhas pernas e pela abertura que as minhas cuecas tinham por baixo alcançou-me a vagina. Masturbou-me e enfiou dois dedos, que deu a provar ao meu homem. Ele também estava bastante excitado.
Mas antes que o José se despisse, levou-nos para o quarto ao lado. Ia despi-lo ela própria. Mandou-me sentar na cama, ainda por usar, e começou outra vez num ritual teatralizado a desnuda-lo. Despiu-lhe o blaiser e a camisa, mas deixou-lhe a gravata. Mordiscou-lhe os mamilos, deslizou a língua até ao umbigo e depois puxou-lhe as calças e as cuecas de uma só vez, deixando-o todo exposto. O pénis dele saltou como se se tivesse libertado um animal aprisionado. E eu senti um choque electrico percorrer-me a coluna. Estava extremamente excitada e masturbava-me com intensidade. Quando ela começou a fazer um broche ao José, vim-me e ela chupou-o mais freneticamente. Ao mesmo tempo, pôs-se de quatro para mim e eu lambia-a da cona ao cu.
Quando percebeu que o orgasmo do José estava prestes a irromper, desviou-se e puxou-o para a minha boca. Deliciei-me com aquele sémen que tão bem conhecia e adorava.
Esparramamo-nos todos, exaustos, na cama redonda.
Naquilo, entrou e casal seminu e a nossa morena pôs-se de quatro, com uma energia estonteante. A outra mulher imitou-a e com as duas lado a lado, o homem do outro casal começou a fodê-las alternadamente.
Eu e o José olhamo-nos e numa espécie de acordo tácito, juntamo-nos a eles. Eu de quatro ao lado das mulheres e o José de pau em riste ao lado do outro homem.
Quando fomos para a festa ainda não sabíamos quais seriam os nossos limites e se os iriamos ter, mas naquele momento decidimos que entraríamos no swing com tudo.


                                                                                   José do Arco e Maria Flor 

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